Conferência Intermunicipal de Educação (CONAE) em São vicente do Sul, ontem, 26-06-2013.
São Francisco de Assis elegeu dois delegados para a Conferência Estadual em PA, que se realizará outubro/ 2013: Edy Elaine Bittencourt e Gladis Frescura, nos seguimentos Gestor Municipal e Trabalhadores em Educação.
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Jogos Escolares do Rio Grande do Sul (Jergs)
Participação da Secretária Edy Elaine Bittencourt, Secretária adjunta Sandra Busnelo e Profª Eliziane Dalrosso, coordenadora pedagógica, nos Jogos Escolares do Rio Grande do Sul (Jergs), que estão sendo realizados no Ginásio de Esportes, hoje dia 26-06. Os Jergs começaram em 28 de maio e se estendem até 28/06/13, fase municipal.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Gincana Meio Ambiente
Participação de alunos das escolas municipais na Semana do Meio Ambiente
Gincana "Coloque mais verde na sua vida".
Parabéns Secretário Valteron pela bela iniciativa.
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Caminhada em comemoração a Semana do Meio Ambiente
Abraço Simbólico na Praça Independência
No dia 05 de junho de 2013 ocorreu a caminhada em comemoração a Semana do Meio Ambiente, a qual foi promovida pela Secretaria do Meio Ambiente e Projeto União Faz a Vida com a participação dos alunos, professores, equipe da SMEC. e do Vice- Prefeito Ademar e alguns vereadores e outras autoridades.
SER DIFERENTE É...
Se formos fazer uma viagem ao túnel do tempo,referindo-se ao conceito que designa a deficiência,veremos que ao longo de todo o tempo, preconceitos,
estereótipos,generalizações e mitos contaminaram as ações da sociedade em
diferentes épocas.
Desde os primórdios da humanidade a
deficiência era vista com total desprezo.Exemplo desta situação foram algumas
atrocidades praticadas tais como: lançamento de pessoas consideradas
deficientes em despenhadeiros, dizimação destas quando pequenas, sacrifícios de
diferentes ordens, enclausuramentos,uso comercial humano para fins de
prostituição ou utilizado na mão de obra escrava.
Mais adiante visualizou-se outra
época em que o Cristianismo se manifestava com propósito de difundir entre este
grupo social, sentimentos de humanização ao próximo,bem como a legitimação do
pecado e do perdão.Contraditoriamente, ao mesmo tempo em que pregava estas
possibilidades, a Igreja excluía este grupo de ocupações de cargo na referida
instituição,alegando não serem perfeitos.
A discriminação persistiu na Idade
Média onde preponderava o misticismo em relação as pessoas consideradas
deficientes,vistas estas como um castigo divino.Doenças epidêmicas, típicas da
época, também colocavam o deficiente em um processo de total exclusão.
Gradativamente, novos olhares se
descortinam,com a ciência passando por avanços consideráveis e avalizando algum
direito,bem como o rompimento de algumas crenças e mitos.A deficiência começa a
assumir uma condição mais tolerante,social e legalmente,através de direitos
adquiridos, legitimados na contemporaneidade por políticas públicas que
asseguram o mínimo de estabilidade em relação a sua qualidade de vida.
Mesmo se considerarmos o
cenário trágico do abuso humano referido acima, como repugnante e
excludente, estas práticas poderiam ser vistas como algo
"natural" da época e das sociedades que a constituíam,ou
seja,produzido por construções culturais,sociais e históricas.
A problemática posta em questão a
partir de agora permeia a condição subjetiva do ser humano considerado
DEFICIENTE.
Eis algumas implicações que penso
serem importantes desmistificar.
O que é deficiência? Segundo
algumas organizações internacionais daria para se pensar em perdas,
anormalidades,incapacidades,impedimentos. Mas a quem beneficiaria estes
conceitos? Que outras relações estariam por trás deste ordenamento? A
quem serviria tais comportamentos adaptativos? A atribuição de rótulos e
estigmas não seria um entrave para que este sujeito em questão pudesse estar
produzindo outras formas de vida ou mesmo tomar suas próprias decisões?
Penso que a normatização e o
enquadramento fazem-se extremamente perigosos diante da vastidão subjetiva a
qual transitamos,todos sujeitos a perdas,limitações, imperfeições,impedimentos que
nos colocam na condição de faltantes,deficientes,já que isto nos impulsionaria
sempre em busca de algo.
Somos apenas diferentes, cada um com
suas particularidades,gostos,hábitos,ideias,vivências,bagagens
culturais,relações sociais, padrões éticos e morais...sim,e daí?
Agnes de Fatima da Silva
Patias
LOUCO, EU?
Enquanto você se esforça pra ser
um sujeito normal e fazer tudo igual...
Eu do meu lado aprendendo a ser louco
Maluco total na loucura real...
Controlando a minha maluquez
Misturada com minha lucidez...
Raul Seixas –Maluco
Beleza
A loucura, culturalmente construída e modificada, perpassa séculos e vem
acompanhada de estigmas com métodos de intervenção médica interpretados na sua
grande maioria apenas por comportamentos manifestos e observáveis, fazendo-se
valer de um saber e poder absolutos.
A inserção da psiquiatria no Brasil, estruturada por um saber científico
em relação à loucura enquanto patologia, implantou as instituições manicomiais,
internando pessoas em sofrimento psíquico para que fossem disciplinadas, controladas,
reguladas e excluídas aos olhos da sociedade.
A partir de algumas observações da situação exposta pelo poder enquanto
força que submete, os movimentos sociais de luta começaram, gradativamente, a
questionar estas propostas de aprisionamento e exclusão e pensar acerca da
reinserção social, de modo menos violento e invasivo.
Atualmente, a Reforma Psiquiátrica busca, por meio de conferências,
congressos e documentos, pensar ações e serviços que assegurem os direitos da
pessoa em processo de vulnerabilidade psíquica, na tentativa de extinção dos
hospitais psiquiátricos e inserção de serviços aos usuários que proporcionem o
resgate da identidade e da autonomia através de uma rede de proteção integral.
O sofrimento mental vai além de uma simples nomenclatura de doença. Envolve
uma complexidade de fatores internos e externos que precisam ser considerados,
bem além das patologizações.
A luta antimanicomial enfrenta entraves significativos em relação a
mudanças efetivas, dentre eles a necessidade de obtenção de novos olhares que
busquem a ressignificação da loucura.
Vale ressaltar algumas inquietações que nos levam a pensar sobre estas
práticas ainda legitimadas:
Quais causas desencadeariam a busca desenfreada de soluções imediatas
para qualquer tipo de desconforto e mal estar apresentado?
Que sintomas estariam se sobrepondo ao conceito de doença mental?
Quais interesses estariam a serviço desta representação social?
Não estaríamos todos à beira, quando buscamos resistir a este universo
de pressões e desafetos ?
Será que as diferenças deveriam ser medicalizadas e a vida normatizada
de modo único?
O grande desafio está lançado, resta-nos acordar para uma realidade
investida de valorização às diferenças bem como a produção de enfrentamentos
para lidar com as adversidades da vida, incluindo a diversidade humana, sem
enclausuramentos e exclusões.
"...e que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também."
Oswaldo Montenegro-Metade
Dialogando Educação
Dialogando Educação
Dá pra imaginar a importância de
um professor na vida de qualquer ser humano?
Se começarmos a imaginar as
causas que levam este profissional a adotar o título de educador, incorporando
para si como uma forma de vida poderíamos pensar que estivesse objetivando
remunerações mensais para manutenção de suas SOBRE- vivências, ou quem sabe uma
forma de obter reconhecimento frente a seus alunos, talvez também para a
manutenção de um status que lhe remetesse ao título de mestre, detentor de um
saber e poder absolutos ou pela paixão de propiciar mudança e ajudar na
construção de conhecimentos. Aliada a estas possíveis ideias de incorporação ao
magistério, percebe-se algumas questões que necessitariam ser melhores
repensadas a nível de sociedade civil organizada, Estado e profissionais da
educação.
Historicamente vemos a luta
incansável por melhores salários, bem como práticas recorrentes de desrespeito
e descaso para com a educação.
O fracasso escolar, infelizmente
é atribuído única e exclusivamente ao professor, sem considerar a falta de
valorização da classe; o descompromisso de muitas famílias em relação a
educação de seus filhos; a formação continuada que se apresenta verticalizada,
sem adequações a realidade deste mestre bem como espaços, materiais,
equipamentos e recursos humanos ineficientes para o desenvolvimento de
atividades adequadas a tecnologias que permeiam os alunos no seu dia-a-dia.
Mesmo com todas estas mazelas que
acometem nossos educadores permanece o grande desafio de buscar no aluno que se
apresenta, uma possibilidade de mudanças, que seja provocado a pensar,
instigado a estabelecer diferenças entre apenas adquirir conhecimentos ou ser
reconhecido através de suas vivências e bagagem cultural que lhe é peculiar,
num processo de interligação entre a teoria e a prática.
Educar a dor, o medo, a apatia, a
conformidade e apostar na diversidade humana. Encharcar-se de desejo próprio
para auxiliar na construção e mudança de paradigmas e abastecer-se de coragem
para se envolver com o novo, com o desconhecido, investindo no processo de
desenvolvimento do aluno, mas consciente das limitações e frustrações inerente
as condições humanas.
Portanto, a educação de qualidade
precisa ser levada a sério, porém, além dos fatores externos acima relatados,
dependerá de ações diárias e permanentes, movidas pelo desejo de provocar transformações
adequadas à realidade que norteia o cotidiano destes seres pensantes, lançados
e desafiados a serem preparados para a vida.
(Agnes)
“ Não é o sofrimento que destrói o homem. O que o destrói é o sofrimento sem sentido." V. Frankl
A morte, pensada como perda, atravessa a trajetória da história humana, modificando-se em diferentes épocas através de crenças, culturas, tradições. Buscou-se historicamente compreendê-la pela arte, ciências humanas, religião, na tentativa quem sabe, de minimizar a dor provocada, de modo que se tornasse passível de diferentes representações.
O referido processo de finitude existencial considerado como natural e inevitável,embora ultrapasse a nossa condição humana, põe-nos a transitar por fluxos de possibilidades tais como:
Pode-se pensar que a criação de vínculos, necessária a qualquer ser humano, dá-se desde o momento da ligação mãe-bebê, através do cordão umbilical, estendendo-se no decorrer da vida, porém as perdas começam a ocorrer a partir deste corte, no período do nascimento, rompendo assim com a vida intra uterina.
Durante toda a nossa existência deparamo-nos com as perdas objetais conscientes, levando-nos a buscar novas formas de produções de vida.
Em relação à elaboração da morte, há neste ínterim uma fase de luto, produzido por uma mistura de sentimentos e comportamentos que provocam diversas possibilidades de enfrentamento ou não, uns mais rápidos, outros mais complexos e demorados. Desespero, raiva, culpa, impotência, negação, podem provocar de início um desequilíbrio e uma desorganização devido ao choque da perda,dando lugar mais adiante a um estágio de compreensão,percepção, elaboração e ressignificação, com a devida redefinição de papeis,novas habilidades, adaptação às mudanças e reinvestimento libidinal.
As fases do luto,considerada segundo Bowlby, como um conjunto de reações frente à perda, passariam por implicações tais como: choque, inquietação, desespero, desorganização e por último a retomada de atividades à vida.
Embora com todas as dificuldades reais de assimilação, faz-se inevitável sofrer, lidar e encarar as dores provocadas pelas perdas, por mais temível e desafiador que seja.
Deparar-se com a morte encarada como perda extremamente ameaçadora e irredutível, põe-nos na condição de sujeitos faltantes, falhos, imperfeitos, impotentes, talvez daí a sensação maior de insuportabilidade devido à condição narcísica e a sensação ilusória de onipotência.
Adaptar-se as perdas provocadas dependerá da individualidade de cada sujeito, considerando-se a sua subjetividade bem como as experiências trazidas dentro das suas produções éticas e morais.
Portanto, este olhar, embora reduzido, abre brechas para que pensemos o fenômeno morte, enquanto perda, como algo que transita por entre...nas entrelinhas da vida que produzimos a cada instante, como parte dela,embora sentida como algo que desacomoda,desconcerta,desapega,desvia, desmorona e se esvai. Necessária? Ambígua? Inquietante? Talvez...O importante é que provoque reflexões acerca do nosso existir e do sentido que damos a este processo.
O referido processo de finitude existencial considerado como natural e inevitável,embora ultrapasse a nossa condição humana, põe-nos a transitar por fluxos de possibilidades tais como:
Pode-se pensar que a criação de vínculos, necessária a qualquer ser humano, dá-se desde o momento da ligação mãe-bebê, através do cordão umbilical, estendendo-se no decorrer da vida, porém as perdas começam a ocorrer a partir deste corte, no período do nascimento, rompendo assim com a vida intra uterina.
Durante toda a nossa existência deparamo-nos com as perdas objetais conscientes, levando-nos a buscar novas formas de produções de vida.
Em relação à elaboração da morte, há neste ínterim uma fase de luto, produzido por uma mistura de sentimentos e comportamentos que provocam diversas possibilidades de enfrentamento ou não, uns mais rápidos, outros mais complexos e demorados. Desespero, raiva, culpa, impotência, negação, podem provocar de início um desequilíbrio e uma desorganização devido ao choque da perda,dando lugar mais adiante a um estágio de compreensão,percepção, elaboração e ressignificação, com a devida redefinição de papeis,novas habilidades, adaptação às mudanças e reinvestimento libidinal.
As fases do luto,considerada segundo Bowlby, como um conjunto de reações frente à perda, passariam por implicações tais como: choque, inquietação, desespero, desorganização e por último a retomada de atividades à vida.
Embora com todas as dificuldades reais de assimilação, faz-se inevitável sofrer, lidar e encarar as dores provocadas pelas perdas, por mais temível e desafiador que seja.
Deparar-se com a morte encarada como perda extremamente ameaçadora e irredutível, põe-nos na condição de sujeitos faltantes, falhos, imperfeitos, impotentes, talvez daí a sensação maior de insuportabilidade devido à condição narcísica e a sensação ilusória de onipotência.
Adaptar-se as perdas provocadas dependerá da individualidade de cada sujeito, considerando-se a sua subjetividade bem como as experiências trazidas dentro das suas produções éticas e morais.
Portanto, este olhar, embora reduzido, abre brechas para que pensemos o fenômeno morte, enquanto perda, como algo que transita por entre...nas entrelinhas da vida que produzimos a cada instante, como parte dela,embora sentida como algo que desacomoda,desconcerta,desapega,desvia, desmorona e se esvai. Necessária? Ambígua? Inquietante? Talvez...O importante é que provoque reflexões acerca do nosso existir e do sentido que damos a este processo.
Psicóloga Agnes de Fatima da Silva Patias
CRP
07/ 17533
AUTISMO
Esta semana tivemos a oportunidade de refletir um pouco sobre
o Autismo, culminado mundialmente a data no dia 2 de abril.
Se formos analisar sob o aspecto clínico, verificaremos que o
Autismo é um transtorno global do desenvolvimento que atinge três áreas
específicas, segundo o Código Internacional de Doenças: comunicação, interação
social e comportamento restritivo e repetitivo. Neste caso é muito importante o
auxílio mantido por uma equipe multiprofissional bem como o apoio incondicional
da família.
Focando nosso discurso sob outros olhares podemos pensar
sobre quem é esse ser que por conta de suas características causa certo
estranhamento aos olhos de alguns.
Sabemos que o relacionamento norteia o nosso cotidiano e que
temos por vezes dificuldades em manter a comunicação, o discurso como prática e,
portanto, a linguagem se forma corporalmente ou é canalizada de outros modos
como a somatização pela via orgânica, mas imaginemos agora um mundo onde há
maior dificuldade em exteriorizar estas formas de vida.
Num primeiro momento
parece que estamos a vivenciar um processo de dor, por conta do olhar vago, absorto
em outros pensamentos, agitação motora e gestos repetitivos, por outras vezes
uma quietude que nos provoca aflição, talvez um pedido de recusa ao que está
posto como legítimo.
Porém se analisarmos o mundo contemporâneo onde nos constituímos
enquanto sociedade, verificaremos que a individualidade se faz absoluta e utiliza-se de indiferenças, ausência de empatia,isolamento e dificuldades
em exprimir afetos necessários ao reconhecimento do outro .
Interessante, neste momento, destacar a importância do olhar
materno para o desenvolvimento e constituição do filho que foi gerado. Mesmo
que haja recusa deste quanto ao contato, interação, afeto e comunicação, importante
perceber que por trás de um mero diagnóstico existe um ser que precisa de
cuidados e incentivo ao mundo da cultura humana.
Quando mais cedo estimularmos nossas crianças, mais chances
terão de desenvolver suas habilidades e garantir suas SOBRE- vivências na tentativa
de buscar maior independência e rompimento da cisão que impede, por vezes, este
ser humano de inserir-se ao mundo real.
(Agnes)
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS: algumas implicações a este respeito
Direitos humanos,como a própria palavra já indica, referem-se aos
direitos reconhecidos em favor da pessoa humana,segundo a Declaração Universal,
adotada e proclamada por resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10
de dezembro de 1948.
Infelizmente, depois de 64 anos já completados, apesar de muitas
conquistas, ainda vivemos num sistema onde a classe considerada mais vulnerável
financeira e socialmente, perece sob a violação escancarada, através de
torturas, opressão às minorias, uso abusivo de poderes, ineficiência na
segurança pública, maus tratos, extorsões de diversos tipos, insuficiência de
políticas públicas que possam atender a demanda de vítimas que tiveram seus
direitos cerceados, além de fanatismos que põem em risco o respeito às
diferenças.
O que se vê são inúmeras distorções acerca dos referidos direitos, como
se estes estivessem favorecendo "ladrões, bandidos, assassinos..." assim
conceituados pelo senso comum.
É evidente que precisamos de lideranças, principalmente a frente da
Comissão de Direitos Humanos que legitimem a luta e manutenção das conquistas
asseguradas, além da intervenção em ações que produzam algum tipo de sofrimento
mental e o apoio a movimentos nacionais e internacionais de direitos humanos.
Diante do exposto e baseado na Declaração referida acima é preciso que
haja a luta por práticas não excludentes, que mutilam os direitos pensados como
legítimos. Imprescindível eximir-se da reprodução de ideias preconceituosas, conservadoras,
discriminatórias e intolerantes, onde ainda percebem-se confusões a respeito.
Poderíamos pensar em indignação e possível punição pelos órgãos
competentes para quem transgride estas normas já garantidas, mas o que busco
provocar neste momento vai além destas ideias. Na ponta deste iceberg de
contradições reside o perigo de que este processo democrático construído a
partir de históricos movimentos sociais se converta em tentativas de
manipulação em nome da liberdade de expressão, por exemplo, ou até mesmo em
embasamentos religiosos radicais ou culturas estigmatizadas e intolerantes.
Se a intenção é construir uma sociedade mais humanizada e coerente
entre a teoria e a prática, é preciso reavaliar urgente o que queremos e quais
as forças que impedem o desenvolvimento de um processo democrático mais eficaz,
na busca da tão sonhada justiça social e igualdade perante as leis, conscientes
sempre de que para cada direito corresponde um dever e baseados em
posicionamentos mais críticos, que promovam este sujeito de direitos à vida em
sociedade, de modo digno e sem violações.
ROMPENDO COM O PACTO DO SILÊNCIO
A data de 18 de maio remete-nos a um caso de dor, violência extrema e indiferença à vida, pois foi exatamente neste dia, no ano de 1973, que Araceli, uma menina de apenas 8 anos de idade teve sua vida ceifada, após ter sido estuprada, drogada, espancada e morta numa farra de sexo acompanhado de drogas, além de ter seu corpo desfigurado por ácido.
Em maio de 2000, através da lei Araceli- n° 9.970 foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração contra Crianças e Adolescentes.
A história nos mostra que as crianças e adolescentes sempre sofreram diversos tipos de violências, pautadas pelo autoritarismo e repressão com castigos corporais e emocionais, cultura de dominação e discriminação, além de ausência total de direitos, hoje assegurados por políticas públicas e sociais e legitimados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como pela luta nacional e internacional dos Direitos Humanos.
A violência representada através do abuso e da exploração, infelizmente ainda comuns no nosso cotidiano, causa indignação e repúdio. Tais práticas são alarmantes segundo dados relatados pela mídia em pesquisas realizadas.
Necessário obtermos informações a respeito de qualquer tipo de violência, principalmente esta que atinge expressiva parcela de crianças e adolescentes. Ouvir, acolher, orientar, manter diálogo constante com trocas afetivas ainda é a melhor forma de evitar tais danos que causam traumas e consequências muitas vezes irreversíveis.
Embora se saiba dos entraves burocráticos legais, das desinformações, das dificuldades nas investigações policiais, das omissões, do medo ou ameaças sofridas precisamos denunciar às autoridades competentes qualquer tipo de violência, promover campanhas continuadas e dar um basta na impunidade que se faz gritante em nosso país.
As tentativas de enfrentamento são múltiplas, embora ainda ínfimas diante da complexidade deste fenômeno que rompe com a possibilidade de desenvolvimento saudável destes meninos e meninas, violando seus direitos de modo cruel e brutal.
Precisamos legitimar esta nova concepção que envolve a proteção e o respeito aos direitos já assegurados, na busca do enfrentamento deste grave problema social.
Cuidemos de nossas Aracelis, pois a responsabilidade em relação a estas é nossa, já que ainda são incapazes de compreensão e defesa destas atrocidades.
Procuremos romper com o pacto do silêncio que encobre esta situação de desamparo, numa espécie de invisibilidade a dignidade humana.
(Agnes)
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